A dor lombar ou lombalgia, é queixa frequente no ambulatório da Reumatologia e que afeta 80% da população adulta em algum momento da vida. Apesar da grande prevalência, na maioria dos casos, a dor lombar tem resolução espontânea. Após 8 semanas, 90% dos pacientes apresentarão melhora e apenas 5% dos pacientes permanecerão com os sintomas após 6 meses do inicio do quadro.
A lombalgia pode ser aguda, quando sua duração tem menos de 3 semanas, subaguda ou crônica, quando permanece por mais de 3 meses. O diagnóstico é, via de regra, clínico, sem a necessidade de exame de imagem, e é feito após a coleta de uma história clínica detalhada e realizado o exame físico do paciente. Os exames radiológicos são solicitados quando observamos alguns sinais de alerta, como febre, perda de peso, déficit neurológico, pessoas mais velhas e trauma; bem como nos casos em que há persistência da dor por mais de 1 mês.
Entre as diversas causas, a dor lombar, de origem mecânica, é a mais comum (80% a 90%), muitas vezes atribuída à tensão muscular ou lesão nos ligamentos (65-70%).
O tratamento tem como foco o alívio da dor através de medicamentos e o repouso por um curto período. Na lombalgia crônica a Fisioterapia é essencial. A reabilitação com exercícios de alongamento e fortalecimento muscular além da Reeducação Postural são fundamentais para reduzir os sintomas e prevenir o retorno das dores. Já os coletes e cintas só devem ser usados na crise aguda ou quando há instabilidade da coluna. O uso contínuo pode levar à hipotrofia muscular gerando um círculo vicioso de dor. Lembrando, que apenas 1 a 2 % dos pacientes necessitam de cirurgia.
E você, está no grupo dos 80% que tiveram lombalgia?
Dra. Larissa Souza
Reumatologista
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2019
Dor lombar- uma abordagem diagnóstica, 2017